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Pré-natal odontológico também é importante para diminuir a taxa de mortalidade materno-infantil

A gravidez causa mudanças no corpo da mulher e requer um cuidado ainda mais humanizado dos profissionais de saúde. É o momento em que a mulher adquire novos conhecimentos sobre a sua própria saúde e a do bebê. Por essa questão, educação e prevenção para não causar prejuízos à saúde são essenciais. Este é o tema do podcast Momento Odontologia desta semana, que conversou com Francisco Wanderley Garcia de Paula e Silva, professor de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) da USP.

Segundo o professor, a gestante é uma paciente especial e necessita de cuidados especiais. “Algumas alterações próprias da gestação demandam cuidados durante o atendimento odontológico.” No episódio, o especialista também fala sobre como a atenção materno-infantil é inserida no sistema de saúde e as orientações de cuidados com os bebês.

O pré-natal odontológico é uma prática prevista pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e “essa estratégia tem o objetivo de diminuir a taxa de mortalidade materno-infantil e modificar o modelo corrente de atenção”, que é caracterizado pelo uso de medicações em excesso, práticas mais invasivas e pouco incentivo à formação da rede de apoio à mulher.

Essa prática pode ser dividida em duas etapas, mas diretamente relacionadas. A primeira diz respeito às intervenções odontológicas na mulher grávida. “Diferentemente do que se acredita, a gestante pode ser atendida em qualquer período da gestação, visto que é mais danoso para o bebê a manutenção de infecções na cavidade bucal da mãe do que o tratamento estabelecido.”

O professor lembra que na primeira etapa do pré-natal odontológico, mesmo que não exista necessidade de intervenção terapêutica, as gestantes também devem ser orientadas quanto à sua saúde bucal, quanto às estratégias preventivas e as dúvidas que podem surgir devido ao fato de que existem muitos mitos acerca dos efeitos da gestação na saúde bucal.

Já na segunda etapa do pré-natal odontológico, as orientações odontológicas recebidas durante a gestação influenciam positivamente a mãe para a tomada de decisão quanto à higienização bucal dos seus filhos, visita ao consultório odontológico no primeiro ano de vida, tempo de amamentação e quanto à interrupção da cadeia de fatores que culmina com o desenvolvimento da lesão de cárie. Portanto, essa segunda etapa do pré-natal odontológico tem um papel muito importante no estabelecimento de hábitos favoráveis.

Na segunda etapa do pré-natal odontológico, diz o professor, deverão ser discutidos aspectos como os cuidados com a saúde bucal do bebê na fase edêntula e após a irrupção dos primeiros dentes, o uso racional de fluoretos, a importância da amamentação (aleitamento natural), os hábitos de sucção nutritivos e não nutritivos, a avaliação do freio lingual e a necessidade de intervenção, o período da erupção dentária e as sintomatologias associadas e a introdução do açúcar (sacarose) na vida do bebê, que não deve ser antes dos dois anos de vida.

Fonte: Momento Odontologia #107: Pré-natal odontológico também é importante para diminuir a taxa de mortalidade materno-infantil – Jornal da USP

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