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A polêmica do fio dental: funciona ou não, afinal?

Após seu uso ter sido contestado por instituição americana, especialistas afirmam que ele é fundamental para prevenir cáries e até a perda dos dentes

O uso do fio dental tem sido alvo de grande polêmica entre dentistas e pacientes. Tudo começou há poucas semanas, quando os americanos deixaram de recomendá-lo no “Dietary Guideline for Americans”, um manual usado para direcionar as políticas de saúde nos Estados Unidos. Por lei, as recomendações do guia precisam ser comprovadas cientificamente. Entretanto,  ao ser questionado sobre o assunto pela agência de notícias Associated Press (AP), o governo declarou que a efetividade do fio nunca havia sido pesquisada. Então, a AP foi fazer sua própria pesquisa.

AP então revisou 25 estudos já publicados que comparavam duas situações: o uso da escova de dente sozinha  e o quando ela era utilizada com o fio dental. Os resultados mostraram que as evidências sobre a eficácia do uso do uso do fio dental eram “fracas”, “não confiáveis” ou de qualidade “muito baixa”.

Os dentistas e outras instituições de saúde não concordam. Em comunicado oficial, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp), afirma que “todos os meios disponíveis para garantir a adequada higienização bucal devem ser adotados pela população, incluindo, sim, o fio dental”.

Para Luciana Scaff Vianna, periodontista e secretária da Câmara Técnica de Periodontia do Crops, a importância do fio para a prevenção de problemas de saúde bucal é incontestável. “O uso do fio dental é importante para remover placa bacteriana, alimentos e restos de bactérias mortas que estão nem lugares impossíveis de serem alcançados pela escova de dentes ou até pelo bochecho”, diz.

A Associação Britânica de Periodontologistas (BSP) também defende o uso: “Utilizar fio dental é importante, sobretudo, para a prática da higiene em locais da boca em que a escovação interdental não consegue atingir”, disse Philip Ower, presidente da Associação Britânica de Periodontologistas (BSP), ao jornal britânico The Guardian.

Por Giulia Vidale
Revista Veja

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